segunda-feira, 26 de abril de 2021

 O ESTILO HISTRIÔNICO/NEURÓTICO

A VIDA É UM PALCO. 

Você certamente conhece alguém hisriônico. Sabe aquela pessoa que quer sempre ser o centro das atenções? Os histrionicos também são extremamente emotivos, sedutores, cuida de forma exagerada da aparência e sempre adotam atitudes dramaticas e impressionistas, afinal de contas, a vida é um palco e o histriônico é o grande ator principal. Eles costuma também ver intimidade onde não há! (acha que todo mundo é a fim dele (a) e todo mundo tem injeja)
No principio suas relações afetivas são frenéticas, fora de controlo e, depois de um tempinho, costumam terminar de maneira drástica, teatral, axagerada.  O histriônico também costuma exigir atenção e aprovação durante 24 horas, é uma relação esgotante 
pois eles(as) nunca estão afetivamente satisfeitos. O histriônico gosta de provocar, brincar de "gato e rato", adoram um joguinho e não tem pressa nem sexual, nem afetiva, pois seu lema é , num primeiro momento, chamar a atenção, e haja atenção! O discurso dos histriônicos vai sempre nessa tecla: "Parece que ele(a) não se importa comigo"... "Preciso que ele(a) seja mais carinhoso"... "Gostaria de ve-lo(a) mais interessado"... "Não me sinto suficientemente desejado"...

O histriônico também tem um discurso do tipo: "Não sou nada"
 (quando não conseguem mais chamar a atenção). Tudo isso porque a segurança afetiva depende para eles, do quanto extasiado e cativado eles mantêm o seu par (obviamente ninguém aguenta muito tempo). As relações de longo prazo não aguentam todo esse excesso, então, começa a ladainha... "Você não se diverte mais comigo"..."Não me deseja mais"... "Perdi a graça"...  Esse é o grando problema dos Histriônicos, querem conservar a fúria do inicio, a paixão avassaladora, a atenção axagerada da conquista inicial, e por tanta insegurança e obsessão, acabam vitimas do que exatamente mais temem e tentam evitar! O outro se cansa! Não aguentam... 
A proposta afetiva do Histriônico gira em torno de: a sua vida deve girar ao meu redor,  o amor é puro sentimento (emotivo e agressivo), o seu amor não me satisfaz. 

A sua vida deve girar ao meu redor! 

Para o Histriônico é inconcebivel seu par se divertir sem ele(a).  O amor Histriônico, no ponto de vista dele(a), o verdadeiro amor implica em sentir-se incompleto ou desequilibrado quando seu parceiro(a) não esta por perto. Não existe sair com amigos(as). Isso é um absurdo para o amor neurótico/histriônico. Eu sou o centro de tudo! Eu sou insubstituível, afinal de contas EU SOU SEU AMOR....

Toda vez que você estiver em silêncio, pensando em algo, o histriônico vai perguntar: "No que você esta pensando?" "Por que não me conta?" "Nossa! que silêncio... fiz alguma coisa? Tá cheteado(a) comigo?"
Entendam, não se trata de ciúmes! O histriônico quer um prolongamento do seu ser, seu perceiro precisa ver com so olhos dele(a), sentir como ele(a) sente, tem que necessitar como ele(a) necessita. Afinal sou sua alma gêmea (mas ele(a) não se vê sua alma gêmea, lembres-se; ele(a) é o ator principal nessa trama.) 
O histriônicos igualam o amor ao desejo. A paixão tem que ser eterna. Não entendem, e nem querem, entender que não existe paixão eterna. Não suportam um relacionamento que após a fase da paixão, seja aquele amor onde se estabeleceu o companheirismo, a lealdade, a cumplicidade, uma vida sexual sem o frenesi desesperado da paixão.

O amor é puro sentimento, portanto, me frustro fácil...

Mesmo sendo encantadores e irresistíveis no inicio, os histriônicos perdem o controle de suas amoções facilmente, sem medir ou pensar conseqências. São mestres das birras, uma vez que, não toleram frustrações. Eu sou muito especial! Você pode me perder! 
O amor é para ser sentido e pensado, necessita de reflexões e até praticidade em alguns momentos, e isso, o histriônico não entende. O histriônico é mais por esse lado: Não prestam atenção no outro,  quando se irritam (com muita frequência), despejam tudo sem pensar no que dizem, nem como dizem. Vivem no passado, atirando na cara fatos duvidosos. Não são capazes de analizar fatos, muito menos perceber sua cota de responsabilidade. Extremamente sensíveis e melindrosos (sempre vitima). Então eles irão se frustrar e o discurso será:  "os outros não me entendem"... "porque as pessoas são tão insensivéis e difíceis?"

 Então, o seu amor não me satisfaz... 

Amar um histriônico é a síndrome do poço sem fundo. Não importa o que você faça, nunca é suficiente. O que guia a relação não é a alegria de estar juntos e partilhar momentos, e sim, você precisa me dar atenção extrema, eu preciso ser seu objeto de valor e desejo 24 horas. 
Na realidade, não é que seu amor "não preencha", para o histriônico nenhum amor é suficiente, a idealização é taõ grande, que jamais chega no nível esperado, sempre tem algo faltanto, sempre tem um porém... 
Para os histriônicos a necessidade de ser amado gira numa espiral ascendente, quase um transtorno de dependência; Cada vez que recebem atenção, confirmam que são especiais e maravilhosos. Portanto, quanto mais recebem, mais querem receber e mais o valor aumenta. Como consequência, se faltar a dose de atenção necessária, o histriônico irá "atuar em outros palcos", uma vez que sua vida gira em torno dos apalusos e desejos loucos. O melhor proponente afetivo será o que mais se derreter com os encantos exibicionistas, aqueles que adoram uma paixão desenfreada e pouco realista. Aqueles que, num primeiro momento, pouco se importam com consequências. O que vale é a dança do acasalamento. Aqueles que primeiro se atiram, e só quando estão em queda livre, irão perceber que se tratava de um precipicio. Infelizmente, para a maioria, é mais importante um coração acelerado e o arrebatamento em que predomine a sensação sobre todo o resto. O resultado é catastrófico! 

Por que você se envolve numa relação Histriônica/ obsessiva?

As causas são muitas, depende do seu estilo emocional e de sua personalidade. Mas há três causas comuns: 1. Preciso de alguém que não complique minha vida"- A trivialidade dos Histriônicos, num primeiro  momento parece ótimo; sedutores, brincalhões, cheios de amor e intensidade, pouco reflexivos... parece otimo! A norma é pensar pouco e sentir muito. Mas, depois... Toda vez que você quiser fazer algo e seu perceiro ficar a margem, algo vai mal. Será uma queda livre para uma vida inferal.
2.Preciso de alguém mais extrovertido do que eu!- Se você acredita que alguém pode ser seu complemnto naquilo que você não tem, meu amigo(a), você terá problemas pela frente.  Logo você perceberá que prefere sua pacata introversão do que a alucinante e cansativa demando do parceiro(a) histriônico. Será exaustivo e impossivel não se esgotar para acompanhar o fôlego obsessivo do seu parceiro. Os opostos se complementam é uma das maiores tolices que a humanidade pôde inventar! É uma péssima crença. 3. Preciso que me valorizem (autoestima pobre)- Se você precisa reafirmar sua autoestima através de paparicos e seduções, saiba que os histriônicos são muito bons num primeiro momento. Mas, a conta chega!  E ele(a) vai deixar bem claro que só existe uma realeza! Só cabe um nesse palco! A sua altoestima logo, logo irá desbotar...Pois vocês estarão competindo por atenção. O histrônico vai esmagar você, pois é inconcebível você querer competir com ele(a). Lembre-se ele(a) não tolera se decepcionar, e logo, logo você estará abandonado no castelo dos sonhos, sozinho(a),  se perguntando onde foi o erro ( o histriônico já vai estar em outros palcos)

Quem cai nas teias de um hisriônico? E como reconhecê-los.

Muito comum as pessoas que apresentam um pouco mais de ingenuidade/credulidade se jogarem nos braços dos histriônicos sem pestanejar.. Aqueles(as) cujo lema é: Quero acreditar que alguém me ama de verdade ( qualquer um, ou seja românticos carentes).
Se você tem pressa e acredita que bastam algumas palavras bem colocadas, uma roupinha bonita e um sorriso encantador para ter um bom relacionamento, você terá muitos problemas pela frente. Saiba que na conversa cabe tudo, pode-se dizer o que quizer´e não duvide, o histriônico representa esse papel com maestria.
Porém, o comportamento a médio e longo prazo desmascaram qualquer conversa fiada de sedução. Se você não consegue esperar por esse momento, saiba que você é um prato cheio para vários tipos de personalidades complicadas para se apaixonar. 
Agora vamos pontuar alguma características dos histriônicos:  São chamativos tanto na forma de se vestir, quanto namaneira de falar. São exagerados nos movimentos e nos gestos. São passionais em quase tudo que dizem e fazem. Sempre estarão atentos(as) para dizer o que você espera escutar e te adular exageradamente para chamar sua atenção só para eles. Não conhecem a discrição, querem ser o centro das atenções e dos olhares onde estão. São muito comuns frases como: "Esta noite é a mais feliz da minha vida", Nunca conheci alguém assim", "Sou uma pessoa de muita sorte". O problema não esta com o conteúdo das frases, mas na rapidez em que são ditas. O histriônico tem pressa de encantar para receber o quanto antes suas demandas emocionais; preciso que você me deseje, preciso que você só tenha olhos e aplausos para mim...
Enfim... pessoas com esse transtorno têm uma baixa tolerância à frustração. Ficam entediados facilmente e não lidam bem com a rotina, por isso, vivem procurando excitação. O sofrimento que mergulham ao não ser notados(as), faz com que o histriônico tenha um humor instável e reativo.

Quando você é histriônico. Algumas considerações

Se voê se pergunta: por que sou assim? Há muitas possibilidades na formação das personalidades, mas vamos colocar alguns pontos para reflexões. Talvez na sua criação tenham reforçado em você a conduta de chamar a atenção, ou até mesmo alguém próximo de você (pai, mãe, cuidadores) são ou eram histriônicos e você aprendeu o comportamento. As informações da sociedade que consideram a beleza, a sedução, e a fama como os principais valores importantes também acabam reforçando esse modelo. Também pode-se considerar se você sempre foi muito reativo e pouco reflexivo, acaba criando hábitos de reatividade (que podem e devem ser mudados). A pouca tolerância a frustrações também entra em jogo aqui (isso também foi aprendido e reforçado). Observe o quanto sua vida pode estar disfuncional com esses comportamentos e o quanto você gostaria de se aprofundar em autoconhecimento para lidar melhor e mudar algumas coisinhas...
( texto retirado das obras de w. Risso)



sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 Você Sabe o que é a Dependência Afetiva?

"O amor não é um mero sentimento. É na verdade, uma arte." (Balzac)

Muitos nem imaginam que são dependentes afetivos. Milhôes de pessoas no mundo são protagonistas de relações amorosas inadequadas. O medo da perda, do abandono, a pouca capacidade para sofrimento, a baixa tolerância para a frustrações e a ilusão de permanência eterna, são as grandes dificuldades do amor patológico. E para quem não sabe, a dependência afetiva também é um vicio. Para viver o seu amor romântico, a pessoa co-dependente vai se despersonalizando lentamente, como um virus silencioso que vai invadindo, e quando você menos espera... bummmm, já deixou de lado o amor-próprio, perdeu a clareza de quais são os alicerces de uma boa relação, quais os limites do que é aceiável e do que não deveria ser aceitável nunca. 
Quem nunca ouviu ou profetizou as seguintes afir-mações: "O amor tudo aguenta", "Não existo sem ela (ele)", "Ela (ele) é a coisa mais importante da minha vida", "Sem você estou sem chão", " Não vivo sem você" e por aí afora. O dependente afetivo, em nome do tal amor, suporta umilhações, traições, suporta abuso emocional constante e nem percebe que vai se adaptando, se moldando, se desfigurando para tentar  agradar a qualquer preço o seu parceiro (a). Tudo para não perder seu par, por medo da solidão.

A DEPENDÊNCIA AFETIVA

Desejar não chega a configurar um apego doentil. O gosto pela droga não é a única coisa que define o adicto, mas sim, sua incapacidade de largá-la, por mais que compreenda o quanto lhe faz mal. Desistir e resignar são palavras que todo dependente desconhece. Veja bem, querer muito algo não é o problema, mas transformar esse algo em imprenscindível para viver é o grande problema. O dependente afetivo não concebe a vida sem sua fonte de segurança e desejo, sendo incapaz de renunciar mesmo sabendo que lhe faz extremo mal.
Por trás de toda dependência existe o medo e algum tipo de incapacidade (se penso que sou incapaz de cuidar de mim, terei medo de ficar só). A dependência afetiva te desgasta lentamente, silenciosamente, te adoece emocionalmente. Dentro desse cenário, temos dois tipos principais de dependentes: os  ativos-dependentes e os passivos-dependentes: os ativos são aqueles que se tornam ciumentos, hipervigilantes, entram am ataques de ira, desenvolvem compor-tamentos obsessivos, podem agredir fisicamente, fazer escândalos. Já os passivos, são submissos, dóceis e extremamente odedientes. Perdem suas personalidades e se moldam ao máximo aos desejos do ser amado, chegando a extremos da despersonalização, tudo para ser agradável e evitar o abandono. O dependente afetivo despende toda sua energia para o ser amado, se afasta dos familiares e amigos, deixa de fazer coisas que gostava em prol de "viver seu amor" e tentar controlar todos os viéses que possam "ameaçar a relação". 

IMATURIDADE EMOCIONAL: O ESQUEMA CENTRAL DE TODA DEPENDÊNCIA AFETIVA   


 Uma pessoa que não tenha desenvolvido a maturidade e uma inteligência emocional adequada terá dificuldades com frustrações, com incertezas, com autocontrole, dificuldade em aprender com os erros para seguir adiante de forma construtiva ao invés da autodestruição. As três manifestações mais acentuadas da imaturidade emocional relacionadas a dependência são: 1. A baixa tolerância ao sofrimento- parecem ser determinadas não só pela genética, bem como, pela educação que os pais ou cuidadores darão. Uma superproteção nos primeiros anos de vida, possivelmente, não ajudará no desenvolvimento da coragem, da decisão e suas conse-quências, da paciência, da resiliência para enfrentar dificuldades que a vida naturalmente trará, além de baixa tolerância à adversidades. Com tudo isso, são pessoas que acabam levando a vida regida pelos principios do prazer, onde tudo o que causar incômodo e dificuldade será deprimente e extre-mamente difícil para o co-dependente. A baixa tolerância leva ao medo do desconhecido e ao apego de um passado dis-torcido e idealizado de amor. Se uma pessoa por medo de enfrentar algo, procura desesperadamente o prazer em algo para "amortecer" seu medo,sua dificuldade, o risco de virar dependente é altíssimo. Não será capaz de renunciar, apesar das consequências, e não saberá sacrificar o prazer imediato pelo bem estar a médio e longo prazo, ou seja, carecerá de autocontrole. 2.Baixa tolerância a Frustração- Egocentrismo, ou seja, se as coisas não são como desejo, tenho raiva! Tolerar a frustração de nem sempre obter o que deseja ou se espera, significa saber perder e se conformar quando não h´s nada a fazer. Significa ser capaz de elaborar lutos, processar perdas e aceitar, ainda que de má vontade, que o mundo não gira ao nosso redor. Muitos apaixonados não decodificam seus parceiro, não reconhecem as motivações alheias. Quando o parceiro (a) diz: "já não lhe amo mais, sinto muito", a dor e a angustia se processam de maneira autorreferêncial. "Mas se eu te amo!" Como se o fato de amar alguém fosse a única razão para que o outro nos ame. Os maus perdedores no amor são uma bomba-relógio. Quando seu objeto de amor escapa do contrele ou se afasta afetivamente, usa todas as estratégias de recuperação possíveis e até impossíveis , onde não há limites nem considerações; vale tudo! 3.Ilusão de permanência ou eternidade- A mente dependente cria o anseio da continuação perpétua, juntos a qualquer preço até o fim. Buda ja alertava, a dois mil anos, para os perigos da falsa eternidade psicológica. Aceitar que nada é para toda vida não é pessimismo, mas realismo saudável. Inclusive pode servir como motivação para viver o aqui e agora. O amor pode entrar pela porta da frente e sair pela porta dos fundos. Não estou dizendo que não axistam amores duradouros, sadios, e que o naufrágio sera cert e inevitável. Estamos tratando aqui dos amores patológicos, e que as possibilidades de rompimento existem e são mais porváveis do que se gostaria de pensar. Alguns casamentos não são outra coisa senão um sequestro em comum acordo. O amor é pouco previsível, confuso, com altos e baixos. A incerteza faz parte dele, como qualquer outra experiência. A ilusão de permanência se surpeendem quando algo vai mal, se espantam e encaram com surpresa: "nunca pensei que isso pudesse acontecer comigo", "não posso acreditar", "não estava preparado". Claro que, quando alguém se casa, não deve pensar em separação; seria um absurdo ser tão pessimista. Mas uma coisa é o otimismo moderado, outa coisa é o pensamento mágico, a certeza que o outro estará a sua disposição como um troféu que você ostenta. 

DEPENDÊNCIA "NORMAL" DO BEM ESTAR/ PRAZER 

Certas formas de dependência são vistas como "normais"pela cultura e pela psicologia. Os reforçadores que se obtém de uma boa relação, variam de acordo com a predileção do consumidor. Como é sabido, ou deveria saber, o apego sexual move montanhas, derruba reinos, questiona vocações, quebra empresas, destrói casamentos, sataniza santos, enaltece beatos, humaniza frigidas e compete com o mais valente dos sedutores de carteirinha. Ou seja, quando o vício por sexo é compartilhado, tudo vai as mil maravilhas. 
A relação se torna quase indissolúvel.Mas se a dependência é unilateral e não correspondida, o que mais precisa do outro termina mal, ou abre sucursal. Os casais que coincidem em seu afã sexual não precisam de terapeutas, mas de uma boa cama. Dois viciados em erotismo, vivendo juntos, alimentando a cada instante o apetite, jamais se saciam. Se alguma vitima desse apego, decide ser desleal, acabar com a brincadeira, ou priorizar a "filial ao invés da matriz" é melhor mudar de planeta, ficar o mais longe possível do obscuro objeto de desejo, pois as consequências são desastrosas, como todo e bom vicio se faz.
A dependência de companheirismo/afinidade também é muito mais forte do que se pode imginar, acreditar. A convivência de muitos anos com uma pessoa extremamente com-panheira, dedicada, com gostos e afinidades em tudo, também se torna patologicamente viciante. São as simbioses, onde tudo se faz juntos, perdem a identidade própria para morrer nos mimos do cúmplice, do parceiro para tudo. Nada de errado em ter uma relação assim, contanto que a vida não seja só isso, contanto que você consiga viver sem isso se for necessário. Lembre-se; o que caracteriza o vicio é tudo o que você não vive sem! O que te adoece, escraviza, quando torna a vida desfuncional!


O PERIGO SILENCIOSO, A DEPENDÊNCIA DE PROTEÇÃO


Há relações que atrofiam a capacidade de sentir e adormecem a alma. Quem disse que para estabelecer uma relação de afeto devemos nos ancarcerar? De onde vem a ridicula idéia de que o amor implica estancamento? Amar seria viver apenas um para o outro numa simbiose doentia? Aos poucos, os casais vão se afastando de seus amigos, de seus hobbies, de seus sonhos e vontades para viver o sonho e avontade do outro. O tempo passa e a pessoa perde suas vontades, sua identidade, tem que estar sempre pisando em ovos para não desagradar...
O esquema principal é a baixa auto-suficiência: "não me sinto capaz de cuidar de mim mesmo". Essas pessoas precisam de alguém mais forte do ponto de vista psicológico, que seja responável por elas. A ideia que as move é ober segurança para enfrentar uma realidade vista por elas como muito ameaçadora, a solidão! O individuo que teme estar só, percebe a si mesmo como indefeso, desamparado.
A imunidade à dependência afetiva somente pode ser alcançada quando todos os nossos papéis estiverem equilibrados.  Somos muito mais do que marido e mulher ou namorado e namorada. Se você viver exclusivamente para seu companheiro (a), se você reduzir todas as opções de alegria a sua relação amorosa, você destroe outras áreas que também são importantes para seu crescimento, desenvolvimento e realização.
O amor deve ser castrador? Realmente os vínculo afetivo requer tamanho sacrifício? Amar não é se anular, mas crescer juntos, ser leal de tal forma que não se anulem. A pessoa amada é uma parte importante da vida, mas não é a única. Pense nisso...

(Testo da obra de W. Riso)

 

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Constelações Familiares ou Sistêmicas


Constelação familiar é uma técnica desenvolvida por Bert Hellinger, que realizou um trabalho terapêutico durante muitos anos como membro de uma ordem missionária entre os Zuluz na Africa do Sul. Sua formação e atividades terapêuticas envolveram as seguintes abordagens: psicanálise, dinâmica de grupo, terapia primal, analise do script, hipnoterapia, psicodrama, gestalt-terapia, analise transacional e terapia familiar. 
Desenvolvida por Hellinger, a constelação sistêmica é uma forma de trabalhar com os problemas dentro dos sistemas humanos para revelar as forças mais profundas que inconscientemente influenciam nossos pensamentos,comportamentos e experiências emocionais através de múltiplas gerações. Constelações Familiares criam um modelo do sistema familiar para revelar e transformar os padrões ocultos. 
As Constelações Sistêmicas ocorrem em um campo de energia que conecta a família, os ancestrais, os membros de uma organização, o mundo natural e toda a humanidade. 
O biólogo britânico Rupert Sheldrake explica esse fenômeno de campo, que ele chama de "campo morfogenético", como uma força organizadora que explica padrões de comportamento em grupos sociais. 

A teoria do Campo Morfogenético 


Rupert Sheldrake é biologo, bioquímico e autor de mais de oitenta artigos científicos e dez livros. Foi classificado como um dos 100 maiores lideres globais em 2013. 
Ex-membro pesquisador da Royal Society, estudou ciências naturais na Universidade de Cambridge, onde concluiu o doutorado em bioquímica. Depois estudou filosofia e história em Harvard. Foi membro do Clare College, em Cambridge, onde foi diretor de estudos de bioquímica e biologia celular. Atualmente é membro do Institute of Noetic Sciences, na Califórnia, e do Schumacher College na Inglaterra. Rupert Sheldrake é um dos biólogos mais controversos de nosso tempo, suas teorias não só estão revolucionando o ramo científico de seu campo (a biologia), mas estão também alcançando outras áreas ou disciplinas como a física e a psicologia. Sheldrake postulou a hipótese mais revolucionária da biologia contemporânea: a teoria da Ressonância Mórfica. Segundo Sheldrake, as mentes de todos os indivíduos de uma espécie, (incluindo o homem), se encontram unidas e formando parte de um mesmo campo mental planetário. Ele denominou este campo mental de Campo Morfogenético, que afeta as mentes dos indivíduos e as mentes destes também afetariam ao campo onde cada espécie animal, vegetal ou mineral possui uma memória coletiva. As memorias são transmitidas a todos os membros de uma mesma espécie. Deste modo se um indivíduo de uma espécie animal aprende uma nova habilidade, será mais fácil para todos os outros indivíduos da dita espécie aprendê-la, porque a dita habilidade "ressoa" em cada um, sem importar a distância a qual se encontrem. E quantos mais indivíduos a aprendam, tanto mais fácil e rápido será transmitido. 
 Estes Campos Morfogenéticos 
contém informações recompiladas de toda a história e da evolução passada, algo como a "memória racial" de Freud, o "inconsciente coletivo" de Jung ou o "circuito neurogenético" de Timothy Leary. 
A ressonância mórfica, o princípio de memória coletiva pode ser aplicado ao estudo da árvore genealógica, onde cada família tem a sua própria memória coletiva a que todos os seus membros estão conectados e têm acesso. A transmissão transgeracional ocorrerá neste campo mórfico,pois,  há uma memória comum compartilhada por todos os membros de um mesmo clan, tenham eles convivido ou não no mesmo espaço temporal. Anne Ancelin Schützenberger diz:

 “Os duelos não feitos, as lágrimas não derramadas, os segredos de família, as identificações inconscientes e as lealdades familiares invisíveis passam para os filhos e os descendentes, pois o que não se expressa por palavras se expressa por dores”.

Os três princípios da constelação Familiar ou Sistêmica.


Bert Hellinger norteou a Constelação em 3 princípios básicos, chamados de ordens ou leis do amor. Quando conhecemos e respeitamos estas 3 ordens/leis recebemos toda força que vem de nossa família e de nossos antepassados, pois, estes princípios atuam ao mesmo tempo, como uma engrenagem fundamental em nosso campo individual que reverbera no campo familiar.

Lei do Pertencimento


Todo membro de uma família tem o mesmo direito de pertencer, não importa quanto tempo alguém fez parte deste sistema, (horas ou anos) absolutamente todos tem o mesmo direito.
Quando alguém é excluído, algum membro da família de forma inconsciente, por amor, vai reconduzir esta pessoa através de uma representação. Incluir o que foi excluído é fundamental para a paz no sistema ou campo familiar. Segundo Hellinger, em seu livro Ordens do Amor, quando alguém é excluído, seu destino é inconscientemente assumido por membros subsequentes da família. A solução para o conflito seria integrar a pessoa excluída novamente à família, pois essa aceitação possibilita que a injustiça seja compensada e os destinos não precisem mais ser repetidos.

Equilíbrio entre dar e receber


Entre as pessoas tem que haver o equilíbrio entre o dar e o receber. Quando alguém recebe demais em um relacionamento fica em desiquilíbrio, pois,  a pessoa que recebe muito sente-se devedora e ninguém quer sentir-se devedor. 
Temos que dar na medida que outro possa retribuir, isso gera o equilíbrio e o vinculo permanece vivo. A única exceção é entre pais e filhos, pois os pais de acordo com a hierarquia já são superiores, eles deram a vida aos filhos. Segundo os estudos de Hellinger, entre pais, filhos e casais, existe uma ordem natural no processo de Dar e Receber. Muitas famílias passam por sérios problemas quando esta ordem não é levada em consideração, a construção das relações saudáveis vem do equilíbrio dessa construção. Todo aquele que só quer receber acaba se desequilibrando e aquele que só quer doar também precisa aprender a receber para  também não se desequilibrar. Os desequilíbrios nas relações aparecem como rupturas dolorosas.

Hierarquia ou Ordem de Chegada


Aquele que chegou primeiro no sistema tem precedência a aquele que chegou mais tarde. O pai tem precedência sobre o filho, o filho mais velho tem precedência sobre o filho mais novo, quando não respeitamos a ordem criamos emaranhados. Quando respeitamos a hierarquia,ficamos em paz e todo o sistema flui. 
 A Lei da Ordem fala sobre a ordem natural das coisas, isso significa que quem vem primeiro é o mais antigo e deve ter prioridade sobre quem vem depois, ou seja, nos sistemas familiares, os pais têm prioridades sobre os filhos. Essa lei demonstra que os pais são grandes e os filhos pequenos, desse modo, retomamos a segunda lei, os pais dão e os filhos recebem. Quando esta ordem natural é invertida, de modo que os pais se sintam menores que os filhos, o estado emocional fica alterado e isso gera um grande desconforto que por sua vez, é manifestado em forma de sofrimento auto imposto. A quebra dessa lei causa “pressão”, que busca restaurar o lugar na ordem de cada um dentro do sistema. É comum essa lei ser quebrada quando os mais novos tentam curar a dor dos mais velhos, ou por exemplo, quando os filhos querem depois de adultos tomar uma atitude como se fossem os "pais dos seus pais" idosos. 

Como ocorre a Constelação


A técnica em si, funciona de tal forma que uma pessoa (o cliente), busca o constelador para relatar o que deseja constelar (um problema). Para que seja realizada uma constelação em grupo existem os seguintes elementos: Constelador, cliente, plateia e representantes. O cliente é convidado para colocar seu tema (problema/questão) que pode ser aberta a todos ou se preferir de forma oculta, onde só o constelador saberá do que se trata. No próximo passo o cliente escolhe alguém para representar os membros da sua família. Nesse momento, a constelação já toma seu próprio caminho através do movimento que os representantes começam a fazer, bem como, as sensações que aquele membro a quem representam tem. Por exemplo: se o cliente escolheu alguém da plateia pra representar seu pai, mãe, irmãos, etc, o representante começa a ter as sensações, sentimentos, emoções da pessoa a quem representa (como as sensações do pai do cliente, por exemplo). Essas informações aparecem sem que o representante saiba qualquer informação prévia do cliente, os representantes sequer sabem o que ou quem estão representando.  
Durante a constelação usam-se algumas frases de efeito imediato nos representantes, das quais podem surgir emoções e gestos que o cliente facilmente identifica ser de seu familiar. O terapeuta consegue, a partir da sua percepção e dos conhecimentos sistêmicos baseados nas leis do amor, oferecer comandos de movimentos que podem curar traumas, restabelecer vínculos interrompidos e até promover reconciliações. Não raras vezes as constelações mostram que o cliente ou algum outro familiar está repetindo um padrão dentro daquele sistema. O termo “sistema familiar”, traz o conceito de sistema, ou seja, no qual todos fazem parte, de forma inter-relacionada, e só se torna completo quando todos os membros podem ser incluídos, quando a ordem de chegada é respeitada e quando colocamos em equilíbrio o dar e receber. Ou seja, os três princípios da constelação.







sexta-feira, 19 de julho de 2019

O Turbilhão da Raiva e o Estresse



Por que você deve se preocupar com a raiva?

A raiva esta presente em nossas vidas, e consequentemente, em nossa sociedade. Como todas as emoções, ela tem função de existir em nosso mundo interno, mas a grande questão é conseguir identificar quando ela é excessiva. O ponto aqui não é recriminar a raiva, mas trazer uma reflexão para os dias de hoje onde as pessoas de um modo geral não estão muito atentas ao seu mundo interno, vivem um piloto automático no turbilhão do estresse e a raiva esta nesse pacote. Mas, por que nos preocupar?
Estudos científicos (e olha que são muitos) relatam que a raiva é um fator de altíssimo risco para indivíduos com constantes "ataques raivosos." Dentre os fatores de risco estão:

  • Desenvolvimento da hipertensão
  • Problemas cardíacos
  • Ulceras
  • Depressão
  • Obesidade
  • Relacionamentos conturbados
  • Violência doméstica
  • Altos índices de divórcio
  • Perda de emprego
  • Suicídio
  • Alcoolismo
  • Droga adição

Um estudo com 150 adultos com aterosclerose mostrou índices de agravamento na doença naqueles que explodiam com raiva em maior constância. Não é a toa que já ouvimos tanto a expressão "morrer de raiva." Há um componente de grande  importância a ser considerado; que é a ruminação raivosa combinada com uma hostilidade, uma agressividade fora de controle, o cinismo agressivo, a automutilação, etc.


Raiva, bem-estar geral e a qualidade de relações interpessoais


O controle da raiva deve ser aprendido já na infância, e refinado conforme a pessoa cresce, porém, a maioria dos pais, ou cuidadores, não foi orientado a controlar a raiva durante a própria infância, e dessa forma, os hábitos acumulados passam para a geração seguinte. A meu ver, a própria palavra "controlar" me parece errada ou talvez mal compreendida. Prefiro usar o termo "ensinado" do que "controlado". Então vamos lá. Para ensinar controle não podemos estar descontrolados... Quando a criança é rude, agressiva, o que normalmente fazemos? Dizemos como ela deve pensar (sem ouvir o que ela pensa), fazemos um discurso com voz alterada (irritada, descontrolada) seguido de ameaças! E como isso afeta a criança? (ou qualquer um de nós). Ela fica com mais raiva porque não foi ouvida! O tom de voz agressivo, desperta no cérebro, um sistema de reatividade (sistema límbico), gerando raiva, medo, hostilidade, tristeza, e aí a confusão tá feita!
As crianças precisam sentir que são capazes de controlar a própria raiva, precisam sentir que são ouvidas, olhadas, ensinadas, e os cuidadores podem ajudar fazendo perguntas como: "O que você acha que pode ser feito nessa situação?" "O que você pensa sobre esse assunto?" "Você gostaria que isso acontecesse com você?" 
Dessa forma você ensina a criança a lidar com problemas e dificuldades desde cedo, ensina a dialogar, achar soluções criativas, entender o espaço do outro, pois, esses são componentes importantes para mais tarde ser usado na vida de um modo geral.
 E os adultos? 
Uma das maiores dificuldades dos adultos vem do estresse não monitorado, ou seja, o estresse emocional que se torna crônico. 

O que é o estresse emocional?


O estresse emocional é uma reação que temos diante de algo que nos obrigue a fazer um esforço maior do que o usual para nos adaptarmos a algo que não estamos de acordo, seja no mundo externo do dia-dia e ou no mundo interno das nossas emoções. Seria um estado de tensão mental e físico que gera um desequilíbrio no funcionamento geral do ser humano que enfraquece seu sistema imunológico. A tendência a se estressar constitui um quadro de distorções cognitivas, ou seja, um modo inadequado de avaliar os eventos do nosso cotidiano, o que nos leva a agir de forma reativa, descontrolada, raivosa... 

Como o  estresse se desenvolve e vira crônico?


Quando não lidamos bem com um fato e essa mensagem chega em nosso cérebro como uma ameaça, desenvolve-se um processo no cérebro que dará uma resposta física, emocional e mental. Uma parte do cérebro que se chama hipotálamo, comunica-se com a hipófise e manda uma mensagem para as glândulas adrenais produzirem adrenalina e cortisol.Tudo isso serve para te ajudar caso você realmente esteja em uma emergência na qual necessite de muita energia, como por exemplo, virar a noite devido um acidente, ou energia para correr (fugir); passado o problema (momentâneo) o corpo volta ao seu equilíbrio sem problemas.
Porém, se o estresse persiste por uma questão emocional desfuncional prolongada, você entra em quase-exaustão. Por outro lado, se você percebesse o quanto sua reação emocional esta disfuncional e aprendesse, treinasse mecanismos para se acalmar (aprender coerência cardíaca, ou meditação, por exemplo), você pouparia sua saúde emocional e física. O grande problema hoje em dia é que as pessoas estão cada vez mais doentes devido ao estresse crônico e na mesma proporção não se importando com as reações emocionais e físicas decorrentes dos mecanismos disfuncionais que elas mesmas criam, e com o tempo, esse processo se torna um hábito muito ruim, um sistema crônico com consequências graves.

O grande EU e a raiva.


O ser humano é desde o inicio de sua vida fascinado por si mesmo, pela autoimagem, pela própria historia. Nos dias de hoje, nunca se cultivou tanto o Eu. As músicas, os aplicativos, os filmes, novelas, os milhares de discursos inflamados sobre como devemos olhar para nossos umbigos e isso por si só basta. Porém, a prática no dia-dia demonstra como esse mundo construído é insatisfatório, uma vez que, ao mesmo tempo que adoramos o nosso templo narcisista buscamos desesperadamente o olhar do outro.
Crescemos treinados para o egoismo, individualismo e pouca conexão ou aceitação de que o mundo é feito para partilhar, conectar, empatizar, dividir, unir, respeitar, ou seja, o oposto do que vivemos hoje. Esse é o principal viés da raiva ( há muitos outros), como o mundo em que estamos inseridos, na maior parte do tempo, não responde aos nossos desejos, ficamos enraivecidos e quanto mais tentamos controlar a situação mais ela sai do controle e mais raiva vamos adicionando no caldeirão da vaidade humana insatisfeita. O resultado dessa conta que não fecha vemos todos os dias em forma de estresse raivoso que explode nos crimes passionais, na violência doméstica, na agressão no trânsito, no bullying, etc, que insistimos em não olhar, mas que, nos manda uma conta altíssima para pagarmos! 

Como lidar com a raiva


Afinal a raiva é boa ou má? A raiva pode ser fruto de preocupações legitimas, mas o que realmente importa é como iremos atua-la, ou seja, qual comportamento daremos vasão quando ela nos visita. 
Para lidar com a raiva, precisamos cuidar do estresse crônico, cultivar a auto-observação,  estarmos dispostos a mergulhar nos nossos porões internos sem as máscaras do faz de conta. Também precisamos olhar e cuidar das seguintes fontes internas:
  • Pensamentos rígidos
  • Valores/crenças antigas que não se adequam a realidade atual
  • Expectativas impossíveis de serem concretizadas
  • Negativismo, pessimismo, mau humor
  • Não saber dizer não
  • Não saber receber um não
  • Níveis de ansiedade muito acentuados 
  • Competição constante
  • Pressa como modo de vida
  • Inabilidade de perdoar e ressignificar passado
  • Perfeccionismo
  • Ser controlador
  • Pensamentos obsessivos
  • Egoismo 


A prática da observação é a porta principal para a mudança de mindset. Aprenda a conhecer seu mundo interno sem o algoz do julgamento, apenas observe o mundo de maneira curiosa com os olhos voltados para o momento presente. Deixe o passado no passado e entenda que o futuro se constrói na vivência do dia a dia, portanto, viva seus dias com mais gratidão e aceite que o mundo é impermanente.


Annelise Larangeira

Psicóloga clinica- (Adultos e Casais)
CRP 06/139239

Profª Pós-Graduação
Especialista em Medicina do Comportamental
Especialista em Neurociências do Comportamento
Especialista em Psicologia Positiva
Hipnose Clinica 
Instrutora de Mindfulness



Instagran: @anneliseuniversodamente





quarta-feira, 10 de julho de 2019

A base da Inteligencia Emocional

Um treinamento básico de mindfulness (atenção plena) está na base de quem quer desenvolver a tão falada inteligência emocional, ou melhor, esta na base de qualquer coisa que você queira desenvolver em sua vida! Você consegue imaginar o desenvolvimento de qualquer habilidade em sua vida sem prestar atenção ao que esta fazendo? Já refletiu sobre isso? Estou falando de prestar atenção no momento presente intencionalmente de forma focada, algo que nunca fomos treinados por não estar na base da educação de países ocidentais. Mas por que precisamos desenvolver nossa atenção plena? 
Richard Davidson, que dirige o laboratório de neurociência afetiva na Universidade de Winscosin-Madison, investiga as interações do córtex pré-frontal e as amigdalas cerebrais na regulação das emoções e explica a importância do desenvolvimento da atenção plena no mundo acelerado de hoje. Ficou difícil entender? Vamos  por partes:

AMIGDALAS CEREBRAIS:

As amigdalas são o nosso radar do cérebro para ameaças. Temos um cérebro projetado para a sobrevivência e a amigdala tem uma posição privilegiada para detectar uma ameaça (mesmo que não seja real),  num instante consegue dominar o resto do cérebro (particularmente o córtex pré-frontal) e temos assim, o que é chamado pela neurociência de sequestro da amigdala. A amigdala é um ponto de disparo da angustia, da raiva, do impulso, do medo.
Quando esse circuito dentro do cérebro assume o comando ele pode nos levar a ações que podemos nos arrepender, um impulso emocional que a grande maioria não controla. O grande problema, hoje em dia, é justamente um número gigantesco de pessoas vivendo dessa forma, ou seja, extremamente reativa. Isso pode virar um estresse crônico, e quando isso acontece não conseguimos nos concentrar, não conseguimos dormir, a memória fica prejudicada, entramos naqueles  pensamentos ruminativos que não ajudam em nada! Também aparecem as dificuldades de aprender coisas novas, não conseguimos inovar, a criatividade some e nos tornamos amargos e nada flexíveis. Nesse processo todo o corpo recebe um fluxo de hormônios de estresse, principalmente o cortisol e a adrenalina (eixo hipotálamo-pituitária-adrenal). O grande problema é quando esse estado se torna crônico, ou seja, você esta o tempo todo com esses hormônios na sua corrente sanguínea que acaba afetando todo seu sistema com consequências físicas (problema cardíaco, respiratório, problemas neurológicos, etc) e ou psíquicos(depressão, pânico, estresse pós traumático, etc).

CORTEX PRÉ-FRONTAL:

O córtex pré-frontal é a área neural essencial para a autorregulação, (especificamente a área dorso latera da área pré-frontal) pois, é o lugar do controle cognitivo onde regulamos a atenção, a tomada de decisão, a ação voluntária, o raciocínio e a flexibilidade de resposta. O córtex pré-frontal é o reflexo mais sofisticado da nossa evolução. Evolutivamente falando, foi a última região cortical a se desenvolver. Todas essas tarefas sofisticadas realizadas pelo córtex pré-frontal são chamadas de "funções executivas", pois, estamos falando de um espaço muito privilegiado do nosso cérebro onde podemos distinguir o bem do mal, onde podemos avaliar o ambiente ao nosso redor e estabelecer um controle sobre nosso pensamento. 


A interação entre estas duas áreas (amigdala e córtex pré-frontal) cria um "caminho neural" que é a base para o autodomínio. Geralmente não determinamos quais emoções irão nos surpreender, muito menos em qual intensidade, uma vez que, elas vêm da amígdala e de outras áreas subcorticais. O que fazer então!? Aí vem o que precisamos entender. Se o seu córtex pré-frontal tem seus CIRCUITOS INIBITÓRIOS a todo vapor, você será mais hábil em  reagir nesses momentos turbulentos, e para ser mais hábil você precisará estar em dia com seu auto foco para notar os movimentos de seus pensamentos e como eles impactam seu humor. Isso não é possível com uma mente inquieta, estressada e reativa. Você precisa monitorar a sua mente, pensar sobre seu pensamento, notar sensações como: "estou exagerando",  "Isso realmente me incomoda" e assim por diante. 
Expliquei tudo isso para retomar a questão do inicio desse texto; aprender a ter foco, aprender a perceber seus pensamentos sem julga-los, perceber suas sensações corporais diante de algo estressante e se autorregular, perceber os outros e não se "contaminar" com os percalços do desafio que é viver em grupo, tudo isso é a base da inteligência emocional e de uma vida sem estresse crônico.

ATENÇÃO PLENA EM AÇÃO:

A falta de atenção, na forma de divagação da mente, pode ser a maior desperdiçadora de atenção no local de trabalho. O foco na tarefa em execução, o foco na conversa que estamos tendo, ou na construção de um consenso em uma reunião, dentre outros,  são quesitos que podem fazer grande diferença no dia a dia das empresas e na vida emocional de cada um. 
Grandes empresas mundo afora (Google, Target, Honeywell, Instagran, Sansung, Facebook, Mead Johnson, Ebay, etc) oferecem treinos em mindfulness (atenção plena). Que diferença isso faz? Diminui consideravelmente o estresse, promove uma melhora na memória de trabalho, maior foco no que esta fazendo (concentração), autorregulação, capacidade de ouvir melhor o outro, aciona melhor o controle executivo do cérebro, gera neuroplasticidade, menos reatividade, melhora relacionamentos interpessoais, propicia assertividade. Agora me diga vocês, se tudo isso acima não tem grande influencia na inteligência emocional? Se a atenção plena (mindfulness) não influencia o processo de comunicação? E daqui para frente o que você pretende fazer para melhorar sua atenção plena e autorregulação?

















quinta-feira, 4 de julho de 2019

Benefícios do mindfulness



Olá meus queridos! Você sabia que existem inúmeras maneiras de aplicar mindfulness em sua vida cotidiana. Você provavelmente já sabe dos benefícios de praticar a atenção plena regularmente.
Embora mindfulness hoje em dia seja assunto corriqueiro,  achei que seria útil fornecer algumas informações sobre os grandes benefícios da prática da atenção plena em nossas vidas.

Os 5 benefícios mais comuns da atenção plena:

Começaremos com alguns dos benefícios que você provavelmente já espera da atenção plena, como melhorar sua capacidade de lidar com as lutas cotidianas.

1. Diminuição do estresse

A atenção plena é considerada um elemento-chave para combater o estresse. Hoje em dia há vários artigos sobre redução de estresse baseado em Mindfulness. Há um programa de redução do estresse, (MBSR) com décadas de experiência e milhares de praticantes. Muito alem dos resultados do MBSR, tem havido muitos estudos apoiando a ideia de que a atenção plena reduz o estresse

Um estudo sobre a percepção do momento presente também relata uma resposta adaptativa aos estressores diários (Donald, Atkins, Parker, Christie e Ryan, 2016). Um outro estudo de Donald e Atkins (2016) encontrou evidências de que a atenção plena produzia menos esquiva e mais abordagens de enfrentamento como resposta ao estresse do que os controles drelaxamento ou autoafirmação.

O mindfulness também pode ajudar a aliviar o estresse melhorando a regulação emocional, levando a um humor melhor e a uma capacidade de lidar com o estresse no cotidiano (Remmers, Topolinski, & Koole, 2016).

O impacto da atenção plena no estresse também pode ser visto em vários grupos específicos:
  • Aqueles que sofrem de síndrome das pernas inquietas (Bablas, Yap, Cunnington, Swieca, & Greenwood, 2016);
  • Os pais  (Gouveia, Carona, Canavarro, & Moreira, 2016);
  • Profissionais de saúde (Burton, Burgess, Dean, Koutsopoulou e Hugh-Jones, 2017);
  • Veteranos de guerra com depressão e / ou TEPT (Felleman, Stewart, Simpson e Heppner, 2016)
  • Policiais (Bergman, Christopher, & Bowen, 2016).
 Os sintomas do estresse segundo Howden e Medibank:
  • Constantemente sentindo-se ansioso e preocupado;
  • Sentir-se irritado, agitado e facilmente incomodado;
  • Argumentativa e defensiva com amigos e familiares;
  • Sono agitado;
  • Baixos níveis de energia, muitas vezes despertando cansado;
  • Mente inquieta e frenética;
  • Freqüentemente autocrítico e / ou crítico de outros;
  • Tendo dificuldade em se concentrar;
  • Erupções cutâneas;
  • Cerrando os músculos do maxilar e rangendo os dentes à noite;
  • Dores de cabeça e enxaquecas.
 Quando você induz um estado de relaxamento, que pode ser alcançado através da atenção plena ou outro tipo de meditação, você pode obter os seguintes benefícios:
  • Maior funcionamento cerebral;
  • Aumento da função imunológica;
  • Pressão arterial abaixada;
  • Frequência cardíaca reduzida;
  • Maior conscientização;
  • Maior atenção e foco;
  • Maior clareza no pensamento e percepção;
  • Níveis de ansiedade reduzidos;
  • Experiência de estar calmo internamente
  • Experiência de sentir-se conectado.
 Esta é uma pratica que qualquer um pode fazer.  Obter esses benefícios pode ser tão simples quanto fechar os olhos e ficar em silêncio por alguns minutos por dia. Porem, não estamos acostumados a ficar em silencio, e a maioria das pessoas tem dificuldades no inicio para se adaptar.

2. Maior capacidade de lidar com doenças

Talvez um dos grupos mais estudados em termos de impactos da atenção plena seja pacientes com câncer e outros que estejam sofrendo de uma doença crônica ou potencialmente terminal. A atenção plena pode não eliminar os sintomas, mas pode ajudar a torná-los mais manejáveis.
Por exemplo, o estudo eCALM , um programa de terapia para pacientes com câncer, descobriu que a atenção plena pode reduzir os sintomas do estresse , melhorar a espiritualidade e a não-reatividade, e aumentar o vigor ao aliviar a fadiga (Zernicke, Campbell, Speca , ruff, Tamagawa, & Carlson, 2016).
Outro programa de atenção específica ao câncer diminuiu a ruminação e a preocupação e aumentou a observação e o não julgamento em pacientes com câncer (Labelle, Campbell, Faris, & Carlson, 2015).

 Um outro estudo de MBSR para aqueles que sofrem de dor lombar crônica, descobriu que, a atenção plena ajudou a melhorar a capacidade dos pacientes atuarem no dia a dia de forma mais independente, o que resultou em menos dor nas costas do que o tratamento usual mais dependente de ajuda (Cherkin, Sherman, Balderson, Cook, Anderson, Hawkes, Hansen & Turner, 2016).
A atenção plena também pode ajudar os pacientes a se concentrarem menos na dor, melhorando sua qualidade de vida (Garland & Howard, 2013).
Um estudo sobre o uso de MBSR com pacientes com câncer de pulmão e seus parceiros mostrou que a atenção plena pode instigar um processo de mudança positiva nos pacientes e seus parceiros, bem como aliviar a carga do cuidador nos parceiros (van den Hurk, Schellekens, Molema, Speckens, & van der Drift, 2015).
Da mesma forma, uma revisão do MBSR para familiares cuidadores descobriu que a atenção plena pode diminuir o estresse, a depressão e a ansiedade em quem cuida de um ente querido que está doente (Li, Yuan & Zhang, 2016).

3. Facilitar a Recuperação

A atenção plena pode não apenas ajudá-lo a lidar com uma doença crônica ou potencialmente terminal ou um evento com risco de vida, mas também pode ajudá-lo a seguir em frente.
Um estudo de MBSR em sobreviventes chineses de câncer de mama forneceu evidências de que a atenção plena pode melhorar a superar o pós-traumático e diminuir o estresse em pacientes com câncer (Zhang, Zhou, Feng, Fan, Zeng e Wei, 2017). Outro estudo de jovens sobreviventes de câncer de mama mostrou que as mulheres que praticavam mindfulness eram mais propensas a experimentar maior auto-bondade, diminuição da ruminação e diminuição do estresse (Boyle, Stanton, Ganz, Crespi e Bower, 2017).
Mindfulness, yoga e meditação também diminuíram a ansiedade e o estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer de mama, além de aumentar o vigor e a espiritualidade (Tamagawa, Speca, Stephen, Lawlor-Savage e Carlson, 2015).


4. Sintomas Depressivos Diminuídos

Mindfulness tem sido considerado um tratamento suplementar eficaz para a depressãoDescobriu-se que isso diminui os sintomas depressivos, a ansiedade e o estresse em estudantes universitários, assim como aumenta a autocompaixão em comparação com a ioga sozinha (Falsafi, 2016).
Uma das maneiras em que mindfulness pode ajudar a tratar a depressão é através da melhoria da capacidade dos profissionais para regular suas emoções. A atenção plena fornece as ferramentas necessárias para se afastar de emoções negativas intensas, identificá-las e aceitá-las em vez de combatê-las. Isso permite que os pensadores conscientes melhor regulem suas emoções, levando a um melhor enfrentamento e controle da depressão.

Um estudo de Costa e Barnhofer (2016) apóia essa teoria. Eles descobriram que, quando comparado ao relaxamento da imaginação guiada, um breve treinamento em mindfulness ajudou os participantes que lutavam contra a depressão a reduzir seus sintomas através de uma maior regulação emocional.
Outro estudo descobriu que a MBCT reduziu os episódios depressivos, o que não apenas ajudou os participantes a se sentirem melhor, mas também teve impactos positivos em seus custos com saúde (Shawyer, Enticott, Özmen, Inder, & Meadows, 2016).
A atenção plena é eficaz até mesmo para pessoas que lidam com os sintomas mais críticos da depressão: ideação suicida ou pensamentos de suicídio. Em participantes cronicamente deprimidos com pensamentos suicidas, a atenção plena foi mais eficaz do que o tratamento usual na redução desses pensamentos (Forkmann, Brakemeier, Teismann, Schramm e Michalak, 2016).


5. Saúde Geral Melhorada

Além dos muitos benefícios para a saúde mental a atenção plena, também pode melhorar sua saúde geral . Por exemplo, um estudo descobriu que praticar a atenção plena pode aumentar múltiplos comportamentos relacionados à saúde, como fazer check-ups regulares, ser fisicamente ativo, usar cintos de segurança e evitar nicotina e álcool (Jacobs, Wollny, Sim e Horsch, 2016).
Outro estudo sobre mindfulness e saúde mostrou que mindfulness está relacionado à melhora da saúde cardiovascular através de uma menor incidência de tabagismo, mais atividade física e um índice de massa corporal mais saudável (Loucks, Britton, Howe, Eaton, & Buka, 2015).
Além disso, a atenção plena tem sido positivamente associada à pressão arterial mais baixa, especialmente quando o praticante é hábil no não-julgamento e na não reatividade (Tomfohr, Pung, Mills, & Edwards, 2015).
Finalmente, em um estudo sobre os impactos da atenção plena na saúde física e psicológica de adultos obesos ou com excesso de peso, os pesquisadores descobriram que a atenção plena ajudava os participantes a perder peso, melhorar seus comportamentos e atitudes alimentares, bem como, diminuir a depressão ea ansiedade. Lang, & Brennan, 2017).
Embora todos esses benefícios da atenção plena possam ser experimentados tanto por crianças quanto por adultos, existem alguns benefícios que foram encontrados especificamente em jovens. Estes são descritos na próxima seção.
Benefícios para a saúde da atenção plena para crianças e estudantes
Muitos estudos têm sido conduzidos usando estudantes universitários como participantes, já que são uma população de fácil acesso que freqüentemente está disposta a participar de incentivos simples como crédito extra ou algum dinheiro extra para gastar.
Os estudos de mindfulness com crianças como participantes também estão se tornando mais comuns, à medida que mais e mais benefícios da atenção plena no desenvolvimento inicial são descobertos. Descreverei alguns dos incríveis resultados associados à atenção plena em crianças, adolescentes e jovens adultos aqui.
Benefícios para estudantes universitários
Os adultos não são os únicos que podem colher os benefícios da atenção plena. Os estudantes universitários também experimentaram incríveis impactos positivos resultantes da prática da atenção plena. Um estudo sobre mindfulness em estudantes universitários descobriu que os estudantes de medicina e psicologia que praticavam mindfulness relataram melhorias em uma ampla gama de áreas, incluindo diminuição da reatividade, aumento da curiosidade maior tolerância, maior paciência e auto aceitação. (Solhaug, Eriksen, de Vibe, Haavind, Friburgo, Sørlie e Rosenvinge, 2016).
Problemas com o álcool são mais prevalentes em estudantes universitários do que muitas outras populações e podem levar a sérios problemas com o progresso acadêmico e com a vida em geral. A atenção plena pode ser uma ferramenta eficaz para abordar essa questão, uma vez que,  pode ajudar os alunos a lidar com o estresse que pode levar ao consumo de álcool dessa população (Bodenlos, Noonan, & Wells, 2013).
Os estudantes universitários que praticam ou praticaram mindfulness tiveram menor probabilidade de sofrer depressão decorrente do uso de álcool para lidar com seus problemas.O mindfulness também tem se mostrado um elo importante entre os sintomas depressivos que surgem de problemas relacionados ao álcool e a incidência de beber para lidar com estudantes universitários (Bravo, Pearson, Stevens, & Henson, 2016).
Outro estudo sobre beber em estudantes universitários descobriu que aqueles que praticam mindfulness estão engajados em taxas mais baixas de consumo problemático, devido a perceber melhor os pensamentos e não  julgar (Vinci, Spears, Peltier, & Copeland, 2016).
Os efeitos da atenção plena na diminuição da probabilidade de beber podem ser devidos em parte ao impacto da atenção plena no autocontrole. Os estudantes universitários que participaram do treino em mindfulness relataram maior autocontrole e vitalidade, entre outros resultados (Canby,Cameron & Buchanan, 2015)
Da mesma forma, um estudo sobre mindfulness e regulação emocional em estudantes universitários descobriu que níveis mais altos de mindfulness previam melhor regulação das emoções e supressão de pensamentos disfuncionais (MacDonald & Baxter, 2016). Uma melhor auto-regulação e autocontrole de comportamentos destrutivos e, por sua vez, para um maior bem-estar psicológico.
Em geral, não é provável que as crianças tenham os mesmos problemas que os estudantes universitários (especialmente problemas como excesso de consumo!), Mas existem muitas áreas nas quais a atenção plena pode ter resultados positivos para as crianças. A conscientização é conhecida por ser eficaz em ajudar os alunos a alcançar o sucesso acadêmico de várias maneiras, e esse benefício não é reservado para nenhum grupo específico.

Os benefícios da atenção plena no desempenho acadêmico

  • Alunos do ensino fundamental que praticam mindfulness exibem maiores comportamentos pró-sociais, regulação emocional e desempenho acadêmico (Harpin, Rossi, Kim, & Swanson, 2016);
  • Adolescentes que estudam para um certificado de educação geral que participaram de um programa de mindfulness tiveram menor depressão e ansiedade, o que contribuiu para melhorar o desempenho acadêmico (Bennett & Dorjee, 2016);
  • Crianças de nível socioeconômico mais baixo que participaram de um programa de atenção de cinco semanas relataram diminuição do estresse, permitindo que se concentrassem melhor na escola (Costello & Lawler, 2014);
  • Jovens do sexo masculino que participaram do MBSR experimentaram menos estresse, ansiedade e enfrentamento negativo, melhorando sua capacidade de lidar com o estresse acadêmico e alcançar o sucesso acadêmico (Sibinga, Perry-Parrish, Chung, Johnson, Smith, & Ellen, 2013);
  • Crianças com TDAH demonstraram menos agressividade e relataram menos problemas depois do treino em atenção plena, o que as ajudou a se concentrar mais (Singh, Soamya, & Ramnath, 2016);
  • Alunos do ensino fundamental que participaram de um curso de mindfulness relataram maior bem-estar e maior incidência de uso de mindfulness na escola, o que pode levar a uma maior qualidade de vida e desempenho acadêmico (Viafora, Mathiesen, & Unsworth, 2015).

Ajuda contra Bullying e Depressão

Mindfulness pode até ajudar as crianças a lidar com os valentões!
Um estudo chinês sobre vítimas de bullying e depressão mostrou que a atenção plena pode proteger as crianças contra os sintomas depressivos que podem surgir de ser vítima de agressores (Zhou, Liu, Niu, Sun, & Fan, 2017).
Uma dissertação de Sandra McCloy (2005) sobre mindfulness como uma ferramenta de enfrentamento para o bullying sugeriu que a atenção plena pode ajudar as crianças a considerar perspectivas diferentes das suas e encontrar reações construtivas diante do bullying.
A atenção plena pode até ser uma ferramenta eficaz para lidar com o bullying na fonte. Melhorar a empatia com ferramentas como mindfulness e melhorar a aprendizagem social e emocional pode ser a chave para parar os bullies antes que eles se tornem bullies (Kaldis & Abramiuk, 2016).

Fornecer suporte e aumentar a resiliência

A atenção plena também pode ajudar crianças que estiveram envolvidas no sistema de assistência social ou de saúde mental. Um estudo sobre um programa de mindfulness para crianças vulneráveis ​​descobriu que a atenção plena melhorava a regulação emocional, o humor, a empatia, a confiança e a autoestima, habilidades sociais e de enfrentamento, e a capacidade de prestar atenção e foco (Coholic & Eys, 2016). 

A resiliência é uma habilidade muito eficaz para as crianças lidarem com as lutas diárias e se desenvolverem emocional, psicológica e academicamente. Demonstrou-se que o treinamento da atenção plena aumenta a resiliência em crianças e ajuda-as a entender e regular suas próprias emoções (Coholic, 2011; Coholic, Eys, & Lougheed, 2012). 

Outro estudo mostrou que a terapia cognitiva baseada em mindfulness para crianças reduziu comportamentos disfuncionais, problemas de atenção e ansiedade, ao mesmo tempo em que melhorou a resiliência  socioemocional das crianças (Semple, Lee, Rosa, & Miller, 2010). Na sala de aula, a atenção plena pode ser tão simples quanto adicionar uma estação para os alunos visitarem quando sentirem uma emoção difícil. Esta estação pode ter giz de cera e ser uma estação de “pausa” para os alunos gastarem de 5 a 10 minutos antes de refletir sobre a emoção. 

E os benefícios da atenção não param por aqui. A atenção plena no local de trabalho também tem inúmeros benefícios para todos os níveis de pessoal.
 Vantagens de integrar a atenção plena no local de trabalho
Embora muitos dos benefícios da atenção plena descritos acima possam afetar indivíduos em todas as áreas de suas vidas, incluindo o trabalho, o impacto da atenção plena no desempenho do trabalho pode ser o resultado que atrai mais atenção e interesse dos gerentes e executivos.
Existem várias formas de demonstrar que a atenção plena afeta o desempenho do trabalho, incluindo:
  1. Gallant (2016) descobriu que a atenção plena pode melhorar o funcionamento executivo, melhorando as habilidades de inibição;
  2. A atenção plena nos trabalhadores da indústria de serviços melhora o desempenho no trabalho, mesmo quando se controla o nível de envolvimento dos trabalhadores (Dane & Brummel, 2014);
  3. De Bruin, Formsma, Frijstein e Bögels (2017) mostraram que a atenção plena no local de trabalho pode realmente aumentar o número de horas trabalhadas pelos empregados, um resultado que certamente chamará a atenção dos superiores;
  4. Funcionários do escritório que participaram de uma intervenção de atenção plena de oito semanas experimentaram níveis mais baixos de estresse relacionado ao trabalho, maior satisfação no trabalho e, em última análise, desempenho de trabalho melhor avaliado por seus empregadores (Shonin, Van Gordon, Dunn, Singh & Griffiths, 2014). ).
 Além do desempenho no trabalho, a atenção plena também foi aplicada ao local de trabalho para outros benefícios que podem contribuir para um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Redução do estresse relacionado ao trabalho e estresse psicológico
Um dos benefícios mais comuns da prática da atenção plena no local de trabalho é a diminuição do estresse experimentada pelos funcionários.
Pesquisadores Grégoire e Lachance (2015) descobriram que funcionários de call centers que participaram de uma breve intervenção de conscientização relataram diminuição do estresse, ansiedade, depressão, fadiga e afeto negativo, enquanto também experimentavam maior satisfação no trabalho.
Da mesma forma, os funcionários da Dow Chemical Company tiveram menos estresse e aumentaram a resiliência e o vigor após concluírem uma intervenção on-line de mindfulness (Aikens, Astin, Pelletier, Levanovich, Baase, Park e Bodnar, 2014).
Huang, Li, Huang e Tang (2015) também descobriram que a atenção plena reduz o estresse, a fadiga e o sofrimento psicológico, especialmente para os funcionários que lutam com problemas de saúde.
Um estudo de funcionários do setor público mostrou que esse grupo também foi capaz de se beneficiar dos efeitos da atenção plena na saúde cognitiva. Esses funcionários relataram menos estresse, reduziram o sofrimento psicológico e melhoraram o funcionamento social e a qualidade de vida (Bartlett, Lovell, Otahal, Sanderson e Tasmânia, 2016).

 Burnout decrescente

Junto com a diminuição do estresse, a atenção plena também pode diminuir a incidência de burnout e rotatividade no trabalho. 
Os pesquisadores Taylor e Millear (2016) descobriram que a atenção plena ajuda os funcionários a construírem um amortecedor entre seu trabalho e ficarem esgotados.
O estudo de Dane e Brummel (2014) também descobriu uma relação inversa entre mindfulness e intenção de turnover, o que significa que os funcionários com maior mindfulness são menos propensos a deixar seus empregos por qualquer motivo. O estudo mencionado anteriormente por de Bruin e colaboradores (2017) também revelou a redução do risco de os funcionários abandonarem o trabalho quando a atenção plena é estimulada no local de trabalho.
Burnout parece ocorrer menos em locais de trabalho que incentivam e oferecem espaços para mindfulness.
Goodman e Schorling (2012) descobriram que a redução do estresse baseado em mindfulness reduziu o burnout relacionado ao trabalho e melhorou o bem-estar mental entre os provedores de saúde. Um estudo de psicólogos australianos adicionou mais apoio a essa teoria, encontrando uma forte associação negativa entre mindfulness e burnout (Di Benedetto & Swadling, 2014).
Mais pesquisas sobre mindfulness no trabalho mostraram que a atenção plena pode agir como um amortecedor para ambientes de trabalho sem apoio, melhorando o bem-estar no trabalho e contribuir para níveis mais baixos de burnout para funcionários de várias areas (Schultz, Ryan, Niemiec, Legate, & Williams , 2015).
Claramente, a atenção plena tem alguns impactos extremamente positivos tanto nos indivíduos quanto no trabalho que eles produzem. Mas como a atenção plena produz esses resultados?

Pesquisa sobre Mindfulness e o Cérebro

Recentemente, muita pesquisa foi realizada sobre os efeitos que a atenção tem no cérebro. É claro que praticar a atenção plena pode levar a resultados positivos, mas muitos pesquisadores querem saber por que isso funciona também.
É aqui que entra a neuroplasticidade.

Explicando a neuroplasticidade

A neuroplasticidade é, em seu nível mais básico, a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar com a aprendizagem. Essa adaptação acontece regularmente, pois o cérebro trabalha constantemente para se tornar mais eficiente e eficaz, mas a neuroplasticidade é de interesse específico para os pesquisadores no contexto de lesões cerebrais, como por exemplo, um derrame cerebral. Nossos cérebros podem realmente se reorganizar para garantir que as funções continuem desimpedidas após uma lesão traumática (Honan, 2017).
Sempre que concluímos uma nova tarefa ou encontramos uma maneira mais eficaz de fazer alguma coisa, nosso cérebro "toma nota", muitas vezes fazendo mudanças estruturais ou de conexão para facilitar nossa próxima tentativa nessa tarefa.
Quando praticamos mindfulness, enviamos a mensagem para o nosso cérebro de que somos mais eficientes em lidar com as tarefas cotidianas quando estamos cientes, observantes não reativos e sem julgamentos. Isso faz com que nosso cérebro faça as mudanças que irão melhorar nossa capacidade de funcionar conscientemente.
Nota: Para os mais neurobiologicamente inclinados entre os nossos leitores, continue nesta seção para ler mais sobre como o cérebro muda depois de praticar a atenção plena. Se você já teve bastante conversa sobre estruturas cerebrais e matéria cinzenta, sinta-se livre para pular o jargão e vá direto para a próxima seção!
Por exemplo, a pratica de mindfulness tem sido associada a uma espessura aumentada no córtex, uma área que é importante para uma função cognitiva geral, como atenção e processamento sensorial (Lazar et al., 2005).
Da mesma forma, a meditação de longo prazo está ligada a uma massa cinzenta mais densa no tronco cerebral, uma área que está ligada ao controle cardiorrespiratório (Vestergaard-Poulsen, Van Beek, Skewes, Bjarkam, Stubberup, Bertelsen e Reopstorff, 2009). Isso pode ajudar a explicar como a atenção plena produz resultados positivos na saúde cardiovascular e geral.
Um estudo sobre um programa de MBSR de 8 semanas mostrou que a prática regular de mindfulness aumentou a massa cinzenta no hipocampo esquerdo, uma área envolvida no aprendizado e na memória (Hölzel, Carmody, Vangel, Congleton, Yerramsetti, Gard, & Lazar, 2011). Essa descoberta pode nos ajudar a entender as melhorias no desempenho acadêmico e no desempenho no trabalho que podem resultar da atenção plena.
 Também demonstrou que a atenção plena resulta em mudanças na substância branca, particularmente em áreas que envolvem interconexão cerebral e auto-regulação (Tang, Lu, Fan, Yang, & Posner, 2012). Você se lembrará de que a autorregulação melhorada é um resultado fundamental da prática da atenção plena e pode levar a uma infinidade de resultados vantajosos.
Em geral, sabe-se que a atenção plena afeta os sistemas cerebrais que controlam a regulação emocional e a autoconsciência (Paulus, 2016), o que faz sentido, dados os resultados que observamos na prática da atenção plena. Mais especificamente, um estudo usou ressonância magnética funcional (fMRI) para avaliar as alterações no cérebro após um curso de oito semanas de atenção plena. Os resultados mostraram que o córtex pré-frontal, o hipocampo e outras áreas experimentaram atividade e conectividade aumentadas, enquanto a amígdala experimentou diminuição da atividade funcional e desativação precoce após a exposição a estímulos carregados emocionalmente (Gotink, Meijboom, Vernooji, Smits, & Hunink, 2016). 

Isso significa que as áreas do cérebro associadas ao funcionamento de alto nível eram mais ativas, enquanto a área do cérebro que lida com o estresse e as emoções fortes estava menos envolvida.
Essas descobertas correspondem às mudanças comportamentais que vemos após um programa de atenção plena, como melhor regulação de emoções, menos reatividade e até melhor desempenho nas tarefas.
Outro estudo da atividade cerebral relacionado à atenção plena encontrou evidências de que a atenção está associada a áreas do cérebro relacionadas à recuperação da memória, tomada de decisão e atenção externa, todas as funções que podem ajudar a vincular a atenção plena à melhoria da saúde mental e desempenho no trabalho. outros resultados (Gartenschläger, Schreckenberger, Buccholz, Reiner, Beutel, Adler e Michal, 2017).
Embora a ciência da neuroplasticidade em relação à atenção plena ainda seja relativamente jovem (como a neurociência como um todo é relativamente jovem!), Esses estudos e outros forneceram uma base sólida para continuar a pesquisa sobre como a atenção afeta o cérebro.
 A importância da prática consistente
“Todas as manhãs nascemos de novo. O que fazemos hoje é o que mais importa. ”- Buda
Embora todos tenham algo a ganhar com a prática da atenção plena, há uma ressalva: para colher os benefícios máximos da atenção plena, ela realmente precisa ser uma prática, o que significa que ela deve ocorrer com regularidade e frequência.
Quase todos os artigos mencionados acima sobre os benefícios da atenção plena são baseados em uma prática de atenção plena de cinco a oito semanas, ou mais. Embora uma prática regular seja vital, ela não precisa ser um grande compromisso. Mesmo uma breve prática diária de 15 minutos pode resultar em cognição mais eficiente e melhor auto-regulação (Moore, Gruber, Derose & Malinowski, 2012)!
Outro estudo sobre os efeitos de um exercício de consciência de 15 minutos mostrou que mesmo apenas alguns minutos de prática de mindfulness podem levar a uma melhor atenção do executivo e reconhecimento de memória, levando a um melhor desempenho em uma tarefa simples (Watier & Dubois, 2016).
Se você precisar de algumas dicas sobre como se comprometer com uma prática regular de mindfulness, tente o seguinte (Lucid Living, 2013):
  • Encontre a motivação e a intenção certas. Se você está passando por um dia atarefado ou simplesmente não se sente praticando a atenção plena, pode ser útil lembrar-se por que você pratica e o que pode fazer por você.
  • Encontre a atitude e atenção certas. Cada prática será diferente, mas tente não pensar nelas como "melhor" ou "pior". Não há um jeito ruim de se tornar mais atento.
  • Encontre a hora e o horário corretos. Assim como cada prática será diferente, o tempo apropriado para a sua prática também pode variar. Alguns dias você pode precisar de apenas alguns minutos, e outras vezes você pode querer ficar com ele por um pouco mais para ter certeza de que terá uma experiência recompensadora.
  • Encontre o ponto certo e postura. É importante se sentir seguro e protegido, onde quer que você decida praticar. Isso pode estar em uma almofada no chão, em sua cadeira de escritório no trabalho ou mesmo sentado em seu carro no trânsito. Você se beneficiará ao encontrar um local confortável e familiar para a prática regular, mas não há problema em modificar seu assento ou postura se as circunstâncias exigirem isso!
  • Encontre a rotina certa e cumpra-a! Embora a duração, a localização e a postura da sua prática possam e irão mudar dependendo da sua situação, é melhor fazer um compromisso mínimo quando se trata de frequência. Se praticar uma vez por dia funciona melhor para você, ou várias vezes ao dia, encontre uma rotina que você possa manter a longo prazo.
 Outra maneira útil de apoiar seu compromisso com uma prática diária de mindfulness é atribuir um valor diferente à prática de cada dia.
Dr. Amit Sood, o presidente da Mayo Mind Body Initiative, fornece o seguinte cronograma de mindfulness como modelo:
  1. Segunda-feira: Gratidão - Encontre coisas para agradecer ao longo do dia e inclua-as em sua meditação de bondade amorosa ou em um diário de gratidão;
  2. Terça-feira: Compaixão - Defina uma intenção de diminuir qualquer dor ou sofrimento nos outros que você encontrar durante o dia;
  3. Quarta-feira: Aceitação - Aceite-se como você é e os outros como eles são; aprecie você e outras pessoas sem tentar mudá-las;
  4. Quinta-feira: Significado e Propósito - Pense em seu propósito final na vida, e onde e como você encontra significado;
  5. Sexta-feira: Perdão - Perdoe-se primeiro, depois estenda seu perdão aos outros por quaisquer transgressões passadas;
  6. Sábado: Celebração - Certifique-se de ter um dia para celebrar toda a alegria em sua vida e na vida dos outros;
  7. Domingo: Reflexão - Reflita sobre sua semana, seu mês, seu ano ou qualquer período de tempo que faça sentido para você no momento. Isso pode ser conseguido através da meditação, oração ou simples consciência.
 Uma mensagem para levar para casa
Este artigo foi construído com muita informação, mas espero que você tenha achado que valeu a pena. Para recapitular, este artigo incluiu inúmeros benefícios potenciais da prática de mindfulness para adultos, crianças e funcionários, incluindo:
  • Diminuição do estresse e sofrimento psicológico em adultos e funcionários;
  • Melhor saúde mental e funcionamento;
  • Maior regulação emocional e autocontrole;
  • Diminuição da ansiedade, depressão, preocupação e ruminação;
  • Redução da incidência de problemas de consumo e sintomas associados ao consumo problemático;
  • Realização acadêmica aprimorada nos alunos, devido à melhor capacidade de concentração e melhor atenção;
  • Melhoria das habilidades sociais e relacionais;
  • Redução da agressão e comportamentos problemáticos em crianças;
  • Redução dos sintomas de burnout nos funcionários;
  • Uma diminuição no volume de negócios e intenções de rotatividade no trabalho;
  • Melhor desempenho no trabalho;
  • Maior capacidade de lidar com o bullying;
  • Resiliência aprimorada em crianças.
 Há tantos benefícios surpreendentes para a prática da atenção plena, (com mais sendo descobertos o tempo todo). Com tantos resultados potenciais positivos, as razões para não praticar a atenção plena deveriam sumir do planeta!
Se você decidiu experimentar mindfulness, reiniciar uma prática paralisada, ou se você está procurando enriquecer sua prática de mindfulness ou contribuir para uma prática saudável para seus clientes ou pacientes, entre em contato para saber as datas dos próximos treinamentos.
Espero que você ache essas dicas e técnicas tão úteis quanto eu!


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